sexta-feira, 6 de setembro de 2013

#ChangeBrazil

Faz uma cara de dó,
finge que fala, finge que sente.
Esconde teu caráter conivente. 

Faz uma cara de culpa,
diz que assim não deveria ser...
Porém Deus assim o quis.
Então inventa uma desculpa
para explicar porque é infeliz,
explicar teu diário sofrer.

Não se mexe, fica bem aí.
Continua na tua vida zumbi.

Tu és forte, não foge à luta!
Menos aos sábados, porque
sábado é dia de comemorar,
estrear o novo carro que
papai acabou de te dar.

A Grande Cidade - Onde os sonhos viram realidade!

Assusta-me a grande cidade
Homens, mulheres e crianças
Sem ânimo, sem esperanças
Espanta-me tamanha crueldade
Em estado de miséria e abandono
Olhos tristes, vidrados de sono.

Quem são essas pessoas anônimas?
Vítimas desta doença sem cura
Feridos, desprovidos de sutura.

Na pobreza implacável,
sonho inalado parece afável.

Números e estatísticas!
E para o João,
empurramos soluções místicas.
Personagem de uma lúgubre sina
Explicaremos através da vontade divina.

Vemos na televisão, no cinema
Vítimas do selvagem sistema
que devora seus ideias,
notícias que são lidas nos jornais
porém não traçam a nova geografia
daqueles que vivem em agonia.

A dor supera a morte
Vivem no limite...
É um fraco ou é um forte?
Às vezes o grito supera a dor,
de toda uma vida de terror.


A cidade em silêncio dorme,
o incomensurável vazio é disforme.
A fome é invisível,
e sua cura, imprevisível.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Essa mania minha de me preocupar, de querer ter todos por perto, de querer todos felizes. De manter as coisas como elas são enquanto está bom. Essa minha insegurança. Essa minha busca constante por aprovação. Pela sua aprovação. Ainda vai me matar. Essa mania de querer tudo como num romance barato hollywoodiano. Ainda vai me matar.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sua vida é uma mentira.
Por que não colorir com mais
inverdades pragmáticas?
Ela mente a mentira
Engana a morte, engana a vida
Engana a si.

Há pessoa mais triste do que a menina
que se esconde ali, dentro de si?

Sim, há. Isso foi outra mentira.
Como darei a notícia à minha família?

Como direi que morri?

Eles não sabem que já morri.
Modernista, não podes me salvar
dar dor.
Nunca pude revelar
meu amor.

Não pude te amar.

Meu palhaço,
meu ator,
meu poeta
modernista, 
escritor,
ensaísta,
meu amor.

Não podes me salvar!
Amor?

Não.
Amor hoje não, obrigada.

Só o silêncio
do meu prazer proibido.

Uma mulher virtuosa
é a coroa de seu marido.